quarta-feira, 26 de julho de 2023

CORROMPIDOS: ALMAS QUEBRADAS

 
Um erro. Um passo em falso. Uma nota musical fora do ritmo.

Era para ser mais um trabalho simples: pegar, cobrar, receber e devolver, mas desde que coloquei meus olhos nela, eu sabia que seria complicado. E foi, no entanto.
Peguei como o planejado. Cobrei como o ordenado. Recebi como o combinado. Porém não devolvi como o esperado.
Ninguém a tiraria de mim e eu mataria qualquer um que tentasse. E matei, de fato. Ela era minha para fazer o que eu quisesse.
Fodi, adestrei, ensinei e eduquei, repetidas vezes, até que não havia mais nada dela para corromper, além do seu coração. Eu o corrompi, obviamente, e fiquei tão fascinado com o que encontrei escondido dentro dele que não percebi que enquanto desfrutava de seu tesouro proibido também estava sendo corrompido.
E para a minha surpresa, gostei.
O problema é que eu conhecia apenas a raiva, a dor e o sofrimento, pois nunca tinha sido apresentado para a felicidade. Sorrir não fazia parte de quem eu era, do carrasco que fui criado e treinado para ser.
Ela despertava sensações pacíficas no homem que nasceu para a atrocidade, por isso, fui obrigado a destruir o que me enfraquecia antes que a minha fraqueza me destruísse.
Degradei seu corpo.
Destrocei seu espírito.
Esculpi sua alma bondosa na base maligna da minha.
Somente quando a destruição dela me reconstruiu, pude voltar a viver, até o dia que me mataram e a levaram embora. Agora, eu teria que ressuscitar dos mortos para pegar de volta o que sempre me pertenceu.
E era exatamente o que eu iria fazer.


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*CREDITOS NO LIVRO!!!!!

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