CLAY
As meninas Marymount são boas meninas. Somos castas, intocáveis e, mesmo que não fôssemos, ninguém saberia, porque mantemos a boca fechada.
Não que eu tenha algo para compartilhar de qualquer maneira. Nunca deixo os caras irem longe demais. Sou comportada.
Linda, inteligente, talentosa, popular, minha saia está sempre bem passada e nunca tenho um fio de cabelo fora do lugar. Sou dona dos corredores, ando ereta na segunda-feira e caio de joelhos como a boa católica que sou no domingo.
Esta sou eu. Sempre no controle.
Ou assim eles pensam. A verdade é que é fácil para mim resistir a eles, porque o que eu realmente quero, eles nunca serão. Algo macio e suave. Alguém perigoso e selvagem.
Infelizmente, o que quero eu preciso esconder. No vestiário depois do horário. Na cabine do banheiro entre as aulas. Nos chuveiros depois do treino. Minha cabeça gira. Minha mão sobe a saia dela.
Para mim, a vida é uma teia de segredos. Ninguém pode descobrir o meu.
Olivia
Eu cruzo as pistas todos os dias por um motivo, me formar nesta escola e entrar na Ivy League. Não tenho vergonha de onde venho, da minha família ou de como todos na Marymount pensam que minhas saias são muito curtas e meu batom é muito vermelho.
Clay Collins e seus amigos sempre torceram o nariz para mim. A bruxa com sua linda pele, sapatos limpos e pais ricos que me atormenta diariamente e acha que não revidarei.
Pelo menos não até eu pegá-la sozinha e descobrir que ela está escondendo muito mais do que está por baixo daquelas roupas bonitas.
A princesa acha que vou fazer sua vontade. Ela pensa que ainda é pura, desde que não seja um cara tocando-a.
Eu disse a ela para ficar do seu lado da cidade. Disse a ela para não cruzar os trilhos.
Mas em uma noite, ela cruzou. E quando eu terminar com ela, Clay nunca será pura novamente.
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